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Luta contra a retirada de direitos marcou o dia na Baixada Santista


Hoje, 15/03, a Baixada Santista amanheceu em luta contra as reformas trabalhista e da previdência, de autoria do governo Temer (PMDB), mais conhecidas entre os trabalhadores e trabalhadoras como "contra-reformas", pois retiram direitos históricos.

O movimento nacional de luta, teve a adesão de várias categorias por todo o país, desde capitais a pequenas cidades espalhadas pelo interior. Pode-se ver paralisações nos serviços de transporte coletivo, coleta de lixo, bloqueio de rodovias, atos, greves, debates, ocupações etc.
Estação do VLT em São Vicente

Em Santos, os atos tomaram conta de diversos pontos da cidade, que amanheceu com a paralisação do transporte público municipal, intermunicipal e veículo leve sobre trilhos (VLT) que também abrange São Vicente.

Os trabalhadores portuários fizeram uma marcha na manhã, fechando o trânsito na margem direita do Porto de Santos, sofrendo forte repressão do BAEP (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar), que feriu e deteve manifestantes. Os atos se estenderam também no centro de Santos, servidores públicos estaduais e federais da justiça reforçaram a agenda, assim como petroleiros, bancários, estudantes, professores, entre outras categorias.

Trabalhadores dos correios, unidos na passeata com servidores municipais 
Os servidores públicos municipais, em greve há sete dias, também aderiram a agenda nacional e realizaram uma grande passeata na avenida Ana Costa, que teve participação dos trabalhadores do Correio, estudantes e outras categorias. Os grevistas seguiram organizados o dia todo na praça das Bandeiras.


Os atos se estenderam pelas demais cidades da Baixada, como Mongaguá, Itariri, Pedro de Toledo, Itanhaém, Cubatão entre outros municípios da região e do Vale do Ribeira.

Retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras

A contra-reforma da previdência do governo Temer, na prática significará o fim do direito a aposentadoria. Um dos principais retrocessos é a idade mínima de 65 anos, que não bastasse ser um absurdo, ainda equipara as mulheres aos homens, desrespeitando a realidade das trabalhadoras brasileiras, que chegam a ter jornadas triplas de trabalho, recebendo salários, trabalhadoras brancas, em média 30% inferiores ao dos homens para a mesma função, e com as trabalhadoras negras essa desigualdade é ainda mais profunda, chegando a 40%.

A reforma trabalhista, significará a destruição do mundo do trabalho como conhecemos hoje, possibilitando que as empresas tornem o trabalho das chamadas atividades "fim", terceirizadas, e não somente as atividades "meio", como é atualmente. Esta reforma também aprofundará a precarização do trabalho, como um todo, fazendo com que o país tenha uma massa, ainda maior, de trabalhadores em situação precária, beirando a escravidão moderna.

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