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Editorial Jornal Santista: A Greve Geral e o futuro do Brasil



Estamos às vésperas da realização de uma greve geral, construída para ocorrer no dia 28 de abril. Este movimento paredista ocorrerá após 100 anos de realização da primeira greve geral no Brasil, em 1917, movimento este, que foi um marco no processo de organização e conscientização da classe trabalhadora brasileira.

Atualmente vivemos uma grave crise política, econômica e social. Um dos traços marcantes da crise, no plano político, é a falta de legitimidade real dos representantes e das organizações políticas da República Brasileira. Falamos de um regime assolado por uma corrupção sistêmica, onde todos os partidos do establishment, e que já governaram o Brasil são beneficiários e impulsionadores dos mesmos esquemas de corrupção, servindo aos mesmos interesses econômicos e protagonizando uma falsa polarização, uma disputa política cênica para se justificarem publicamente perante suas bases sociais, enquanto nos bastidores se retroalimentam e servem aos mesmos donos do dinheiro.

Com altos índices de desemprego e subemprego em nosso país, os setores dominantes, com o absurdo discurso de “modernização” usam de manobras, para impor medidas nas áreas trabalhista, previdenciária e social, que levarão o Brasil não para o futuro, mas sim para uma reversão neocolonial. Estamos rumo a uma feitoria moderna, com a retirada de direitos conquistados ao longo de décadas, através de muita luta e resistência. O presidente da república e Congresso Nacional, são ilegítimos no sentido real do termo, assim além da greve geral precisamos de eleições gerais.

A greve desta sexta-feira, 28 de abril, construída por diversos sindicatos, associações e categorias de trabalhadores do setor público e privado, além de movimentos sociais e da juventude, é uma resposta aos desmontes e precarizações promovidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer. O desmonte do Estado brasileiro vem disfarçado de reformas, quando na verdade são demolições no campo dos direitos previdenciários, trabalhistas e sociais.

Michel Temer (PMDB) e seus aliados, entes fisiológicos e clientelistas, são representantes dos donos do dinheiro e não do povo brasileiro, por isso, desejam destruir as leis trabalhistas, uma medida que vai aprofundar a crise brasileira e colocar a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras em situação de subemprego e desemprego, visando sujeitar todos que vivem da venda da força de trabalho, as condições degradantes impostas pelos poderosos, retirando a proteção legal das leis trabalhistas, querem inaugurar a era do desmando prevalecendo sobre o legislado, em um mundo sem o direito a aposentadoria.

Em tempos de ataques aos nossos direitos, fica mais fácil de identificar o mito da neutralidade e imparcialidade. A grande mídia age diariamente de modo partidário, panfletário e ideológico, se escondendo atras destes mitos, assim segue sua campanha na defesa de grupos econômicos do grande capital, blindando o governo Temer e promovendo a ideologia dos defensores da precarização das relações de trabalho a todo custo.

Da mesma forma que os trabalhadores que construíram a greve geral de junho de 1917 no Brasil entraram para a história e pavimentaram o caminho para a criação da legislação trabalhista, os trabalhadores e trabalhadores de hoje também entrarão, com a luta contra o retrocesso e desmonte dos direitos trabalhistas, sociais e previdenciários.


Santos 27 de abril de 2017

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